Beijing afirmou na segunda-feira que os valores fundamentais e os princípios básicos da Organização Mundial do Comércio, tal como representados por um tratamento especial e diferenciado, devem ser salvaguardados durante a sua reforma.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, fez a observação após o presidente dos Estados Unidos Donald Trump pressionar a OMC na sexta-feira para mudar a forma como designa os países em desenvolvimento, destacando a China como sendo injustamente tratada preferencialmente, informou Reuters.
Trump, em um memorando, dirigiu o representante comercial dos Estados Unidos para parar de tratar certos países como países em desenvolvimento para o propósito da adesão à OMC caso "progressos substanciais" em direção à reforma não tenham sido realizados dentro de 90 dias.
"Tais observações expuseram ainda mais a desaprovação, arrogância e egoísmo dos Estados Unidos," e tais abordagens não correspondem ao seu status como a maior economia do mundo, disse a porta-voz, acrescentando que algumas pessoas nos Estados Unidos devem refletir sobre si mesmas.
O status da China enquanto país em desenvolvimento não é mantido para que possa evitar responsabilidades internacionais, mas sim para exercer os direitos básicos dos países em desenvolvimento e manter a equidade e a justiça internacionais, afirmou Hua.
A OMC não é propriedade ou dominada por um ou alguns países, disse Hua, acrescentando que a vontade geral de todos os membros deve ser respeitada.
Duas propostas similares que os EUA anteriormente apresentaram à OMC foram rejeitadas, e Washington deve estar ciente que tais alegações não serão apoiadas, ponderou ela.
Hua lembra que os critérios para definir os membros em desenvolvimento na OMC devem ser determinados através de consulta entre os seus membros e os pareceres dos países em desenvolvimento devem ser especialmente respeitados.
"Só mantendo a posição dos países em desenvolvimento se pode alcançar um comércio justo", acrescentou.
Os Estados Unidos exageraram o nível de desenvolvimento de alguns membros em desenvolvimento, que tem sido repetidamente opostos por esses membros, disse ela, frisando que a designação atual para os países em desenvolvimento é razoável.
A China continuará a fazer contribuições compatíveis com a sua própria capacidade e o nível do seu desenvolvimento nas negociações da OMC, afirmou.
O país continuará também a ajudar outros membros em desenvolvimento a alcançar o desenvolvimento comum e a contribuir para a manutenção do sistema de comércio multilateral e para a promoção da reforma da OMC na direção certa.
Kennedy Gastorn, secretário-geral da Organização Consultiva Jurídica Asiática-Africana, afirmou que a OMC é crucial e importante para contribuir para o bem-estar da comunidade internacional e promover o comércio global.
Questões e preocupações relevantes devem ser abordadas no âmbito da OMC, conclui ele.