Por que lidera a China a lista do patrimônio imaterial da UNESCO?

Fonte: Diário do Povo Online    07.11.2019 13h31

Legumes cozinhados no restaurante Godly de Shanghai, bolinhos de arroz glutinoso recheados (zongzi) Wufangzhai, presunto de Jinhua, pato à Pequim, entre outros. Todas estas comidas chinesas foram catalogadas na lista de patrimônio cultural imaterial nacional.

Medicina tradicional chinesa, gravuras chinesas, os 24 termos solares, técnicas de artesenato e carpintaria tradicionais, Opéra de Pequim… Os 40 itens chineses catalogados na lista de patrimônio cultural imaterial da UNESCO são hoje partilhados por toda a humanidade.

O patrimônio intangível reflete a sabedoria do país e serve de meio difusor cultural no mundo, por via de intercâmbios e diálogos com outras civilizações.

Até setembro de 2019, a China tinha 40 itens catalogados na lista do patrimônio cultural intangível da UNESCO, ocupando o primeiro lugar do ranking mundial. Entre os itens acima referidos, 32 estão na lista de patrimônio humano, 7 na lista de proteção urgente, e 1 na lista de práticas de excelência.

Em 2001, a UNESCO promulgou em Paris a primeira lista de Obras-primas do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade. Entre as 19 obras selecionadas, a Ópera de Kunqu da China foi eleita em primeiro lugar com unanimidade de votos.

Dois anos depois, a Convenção para a Salvaguarda de Patrimônio Cultural Imaterial foi aprovada na assembleia da UNESCO, contando atualmente com 178 países signatários.

A China, enquanto país membro, assume os seus compromissos com a Convenção. Desde 2004, quando aderiu, a China tem vindo a melhorar o sistema jurídico e os mecanismos de trabalho, visando proteger o seu patrimônio cultural, tendo estabelecido um conjunto de sistemas com as características da China em mente.

Em junho de 2005, a China levou a cabo o primeiro levantamento de obras de patrimônio cultural imaterial em todo o país. Quatro anos depois, as autoridades aferiram um total de 870 mil exemplares.

A cultura e artes de 15 minorias étnicas, como o maqam dos Uigures, o canto gutural dos mongóis e o canto huaer dos Hui estão incluídos na lista de patrimônio cultural intangível mundial, perfazendo mais de um terço do total do país.

"Reparando Relíquias Culturais na Cidade Proibida", "Grandes Artesãos", "A Medicina Chinesa" , entre outros documentários, apresentam todas as particularidades de alguns exemplares de patrimônio imaterial da China.

Em 12 de fevereiro de 2018, o presidente Xi Jinping, durante uma visita de inspeção a Sichuan, dirigiu-se a um stand. Lai Shufang, a responsável e herdeiro de uma forma de patromônio imaterial, ofereceu ao presidente um presente – um par de sapatos de fabrico artesanal. Xi disse na ocasião: “Gostaria de comprar um par!”. Tratam-se dos sapatos de pano “Tang Chang”. A sua confeção envolve 32 passos e 100 acabamentos.

O patrimônio imaterial do país está cada vez mais em voga. Em maio do calendário lunar assistimos às corridas de barcos-dragão, comem-se zongzi, colocam-se artemísias à entrada das casas, bebe-se licor de realgar, homenageia-se o poeta Quyuan… O festival dos barcos-dragão, origininário da China, tem uma história de mais de 2000 anos.

A tecnologia é também um dos motores de mudança da China, bem como uma fonte de riqueza imaterial no país. O desenvolvimento de tecnologias nas áreas de big data, inteligência artificial, comunicações móveis, internet, ferrovias de alta velocidade, entre outros, permitiram uma ampliação nos meios de comunicação, inspirando uma nova vitalidade no âmbito da cultura tradicional do país.

Enquanto representante da cultura tradicional chinesa, o seu patrimônio imaterial tem sido apresentado em diversos eventos e conferências internacionais, por meio de exibições e palestras.

Em junho de 2017, 29 centros culturais chineses no exterior responsabilizaram-se pela realização de mais de 160 eventos. Gravuras tradicionais, espetáculos de Ópera de Kunqu, teatro de marionetas - todas estas manifestações culturais chinesas têm sido apresentadas defronte de audiências de todo o mundo. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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