Pesquisadores demostram preocupações de que o vapor criará uma nova geração de fumantes.
O mercado online da China tomou medidas para remover produtos de vapor após a proibição nacional de vendas em linha e publicidade de tais produtos entrar em vigor na semana passada.
A Administração Estatal do Monopólio do Tabaco e a Administração Estatal para Regulamento do Mercado ordenaram aos fabricantes e vendedores de cigarros electrônicos que fechassem lojas online e exigissem que o mercado de comércio eletrônico do país retirasse todas as promoções e produtos relacionados, de acordo com um anúncio governamental divulgado na sexta-feira passada (1).
Jiang Honghai, um oficial com o principal regulador de controle do tabaco, afirmou que vigilantes do mercado local em Beijing, Shanghai, província de Zhejiang e Shenzhen na província de Guangdong, realizaram conversações com grandes plataformas de compras online esta semana com o objetivo de aumentar a sua conformidade com a proibição.
O grupo Alibaba, que administra o Taobao, o maior mercado on-line do país, lançou uma declaração na quinta-feira (7) dizendo que iria imediatamente remover todos os produtos de vapor na plataforma e proibir a publicidade de e-cigarros.
Liu Meng, uma funcionária do Kuaishou, um aplicativo móvel de curta-metragem em rápido crescimento, disse que a empresa bloqueou resultados de pesquisa para palavras-chave envolvendo e-cigarros ou marcas bem conhecidas na indústria do vapor.
Ela acrescentou que as próximas medidas de retificação irão focar na promoção de e-cigarros via livestreaming, um método emergente de venda que rapidamente alcançou os compradores jovens.
Durante uma palestra que foi convocada pelos reguladores de mercado em Beijing na terça-feira, várias empresas também admitiram que os produtos de vapor ainda estavam disponíveis on-line, e a proibição recentemente liberada teve um efeito mínimo sobre as vendas de e-cigarros.
"Também é sombrio nesta fase quanto a quem assumirá papéis de liderança na supervisão", disse Zhang Jianshu, chefe da Associação do Controle de Tabaco de Beijing.
Kong Fanjun, gerente do departamento de compras e vendas da JD.com, disse que a empresa se esforçaria para cumprir o regulamento.
"Muitas empresas de cigarros eletrônicos já assinaram contratos conosco antes, levando a grandes inventários e pedidos pendentes", ele disse à CCTV.
A China reforçou recentemente a supervisão da sua emergente indústria de cigarros eletrônicos, a começar por uma declaração divulgada pelos reguladores do mercado em agosto passado que proíbe a venda de produtos de vapor para pessoas com menos de 18 anos de idade.
A principal fonte de preocupação é que os cigarros eletrônicos criarão uma nova geração de viciados em nicotina, uma tendência preocupante que irá retardar o progresso do país para alcançar o objetivo de diminuir a população de fumantes para 20 por cento até 2030. O número atualmente está em cerca de 26 por cento.
Estima-se que há cerca de dez milhões de vaporizadores, produzidos há 15 anos ou mais na China, de acordo com Xiao Lin, um pesquisador de controle de tabaco no Centro Chinês para o Controle e Prevenção de Doenças.
"O total de pessoas entre 15 e 24 anos de idade cresceu cerca de 1.5 por cento, mais do que o grupo de outras faixas etárias, houve também aumento de 45.4 por cento de todos os e-cigarros de vapor comprados via internet", isse ela.
Embora os peritos em controle do tabaco tenham aplaudido a proibição total de cigarros electrônicos em toda a esfera da Internet do país, também apelaram para o estabelecimento de orientações e produção de normas para supervisionar a indústria.