O governo brasileiro anunciou nesta terça-feira o lançamento de uma campanha e de uma série de ações para promover o agronegócio do país no exterior, onde é considerado em muitas partes como um dos principais responsáveis pelo desmatamento na Amazônia.

Segundo o chanceler Carlos França, a intenção é promover o agronegócio brasileiro através das embaixadas e consulados e também ajudar as pequenas e médias empresas do setor a participarem de todas as feiras mundiais do segmento assim que as condições sanitárias da pandemia da COVID-19 tenham melhorado a nível global.

"Em muitas embaixadas e consulados, vamos reforçar o modelo híbrido de encontros, com sessões de exposição e degustação de produtos, seguidas de participação virtual de empresários brasileiros atuantes no setor", disse França. "Nossa meta tem que ser intensificar a prospecção de oportunidades e desafios em segmentos específicos, com estudos de mercado".

O ministro das Relações Exteriores brasileiro deu essas declarações na sessão inaugural da terceira edição do curso "Brasil no agronegócio global", que visa a capacitação de diplomatas, funcionários da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Agricultura e de instituições do Ministério da Economia.

Segundo França, todos os participantes terão uma atuação destacada para desenvolver iniciativas de inteligência e promoção do agronegócio brasileiro no exterior.

"Queremos fortalecer as sinergias entre a política comercial que elaboramos no Brasil e a promoção comercial que é conduzida no exterior, ao mesmo tempo que estendemos a atuação da chancelaria em temas do setor agrícola, como, por exemplo, a reputação do agronegócio brasileiro e a projeção no exterior dos compromissos da produção agropecuária em consonância com a preservação do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável", acrescentou.

O agronegócio brasileiro está na mira de muitos países e entidades ambientais devido ao desmatamento, provocado principalmente na Amazônia, com a finalidade se converter o território em pastagem para os animais. Por isso, vários países e empresas têm anunciado boicote aos produtos brasileiros se não for comprovado que sua origem não fere o meio ambiente.

França destacou que a atuação conjunta da chancelaria e do Ministério da Agricultura permitiu a abertura de 167 novos mercados aos produtos brasileiros desde 2019 e que a meta é superar 200 antes do fim deste ano.

O chanceler destacou ainda que entre janeiro e julho deste ano, as exportações da agropecuária brasileira superaram os US$ 70 bilhões, maior valor histórico para o período e que em agosto, as exportações totalizaram US$ 10,9 bilhões, muito acima do recorde de US$ 10,1 bilhões registrado em 2013.