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Brasil se prepara para ser exportador mundial de hidrogênio

Fonte: Xinhua    15.06.2022 16h17

O Brasil se prepara para ser um exportador de hidrogênio, um gás que pode ser utilizado como fonte de energia para veículos, indústria e inclusive para as centrais termoelétricas, segundo explicaram especialistas do setor durante o primeiro Simpósio Global de Soluções Sustentáveis de Água e Energia, que se realiza na cidade brasileira de Foz do Iguaçu.

O encontro, que reúne autoridades, sociedade civil, setor privado e especialistas em água, energia, ecossistemas terrestres e mudança climática, debate como compartilhar e explorar as melhores práticas em relação ao uso sustentável da água e da energia.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), Paulo Emílio Valadão, o uso do material desperta cada vez mais interesse em muitos países como substituto do gás, o que fez com que muitas empresas brasileiras tenham começado a investir nesta "nova matéria-prima energética".

"Há um ano, só tínhamos sete empresas filiadas. Hoje, temos 43 e outras oito em processo de associação. Isso demonstra o interesse nesta área, com possibilidades muito interessantes do ponto de vista ambiental e da saúde da população", relatou Valadão.

Para ser produzido como combustível, o hidrogênio necessita de uma grande quantidade de energia. Se o processo de produção desse gás não fizer uso de fontes de energia prejudiciais ao meio ambiente, é chamado de 'hidrogênio verde', um formato que tem despertado cada vez mais interesse no exterior.

Entre as possibilidades previstas pelas autoridades brasileiras a fim de satisfazer a crescente demanda por energias alternativas e sustentáveis está a de utilizar a energia obtida das estruturas marinhas para produzir este combustível de hidrogênio que pode ser exportado por terra (oleodutos ou caminhões) ou por mar (barcos).

Para Valadão, o Brasil tem outras possibilidades de produzir mais energias não poluentes, além da energia gerada pelas hidrelétricas e as fontes eólicas e solares.

"Temos um potencial muito grande para o uso da energia eólica e solar e temos um litoral muito extenso, que nos permite desenvolver a energia dos oceanos, além de uma grande produção de etanol, biogás, biodiesel e resíduos de biomassa, que são outras fontes para a produção de hidrogênio", comentou.

Segundo Valadão, atualmente o custo do hidrogênio produzido a partir de combustíveis fósseis é de cerca de 1,4 dólar por quilo, enquanto o produzido a partir e eletrólise (processo que extrai o hidrogênio da água) tem um custo que varia entre 5 e 7 dólares por quilo.

"Também existem perspectivas interessantes de utilizar a biomassa, que pode ser produzida a um custo competitivo, e também de começar a explorar o hidrogênio natural. Estima-se que esse custo é inferior ao produzido pelos combustíveis fósseis", ressaltou.

Segundo ele, foram detectados pelo menos quatro locais com hidrogênio natural no Brasil, o que "significa que no futuro, teremos poços produzindo hidrogênio natural no país", acrescentou.

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