Os casos de varíola dos macacos continuaram aumentando nos Estados Unidos, chegando a 72 na terça-feira, de acordo com os dados mais recentes dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.
Especialistas estão preocupados que o surto possa ser negligenciado devido ao atraso na facilitação dos testes.
Casos da doença foram identificados em 18 estados dos EUA, com Califórnia e Nova York relatando 15 casos cada, o maior número entre os estados.
O CDC está pedindo aos profissionais de saúde em todo o país que fiquem atentos para pacientes com doenças eruptivas consistentes com varíola, independentemente de terem experiência de viagem ou fatores de risco específicos para a doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou centenas de casos suspeitos de varíola dos macacos e ortopoxvírus em todo o mundo.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a agência convocará uma reunião de emergência na próxima semana para determinar se a disseminação da varíola deve ser considerada uma emergência de saúde pública em todo o mundo.
A varíola dos macacos está se espalhando a taxas enervantes e em lugares sem precedentes, incluindo os Estados Unidos. "No entanto, a maior preocupação para os americanos não é a doença, e sim como nossa resposta mostra quão pouco aprendemos com o COVID-19 e o quanto ainda há a fazer para limitar os riscos de futuras pandemias", afirmou um relatório da Bloomberg.
Uma falha importante governamental precoce no surto de COVID foi o atraso na facilitação dos testes. Isso fechou os olhos de especialistas médicos e de saúde pública para a proliferação do vírus nos primeiros meses cruciais, segundo o relatório.
"A resposta à varíola dos macacos dificilmente foi melhor", reforçou o relatório.
No início, os médicos ignoraram os casos de COVID-19 porque a definição do CDC exigia viagens recentes ao exterior de um paciente como pré-requisito para o teste.
"Agora, de forma semelhante, focamos estreitamente na identificação de sinais e sintomas que justificam o teste de varíola dos macacos", afirmou o relatório.
Especialistas disseram que os departamentos de saúde e as autoridades precisam agir mais rapidamente para detectar e mapear a proliferação de novas doenças com esforços de vigilância bem aplicados.
As pessoas normalmente se infectam com o vírus da varíola dos macacos através do contato com lesões de pele ou fluidos corporais de animais ou humanos infectados ou através do contato com materiais contaminados com o vírus.
O CDC afirma que o risco geral de saúde da varíola para o público permanece baixo.
Especialistas em saúde alertaram o público para tomar cuidado com a transmissão, acrescentando que examinar a pele em busca de erupções cutâneas e manter distância de outras pessoas são maneiras de ajudar a controlar a propagação.