Os gastos da China com suas forças armadas visam puramente a salvaguarda da soberania, segurança e interesses do país. Seus gastos com a defesa são muito menores do que grandes potências globais como os Estados Unidos em todos os critérios, disse um porta-voz militar.
O coronel Tan Kefei, porta-voz da delegação do Exército Popular de Libertação e da Polícia Armada do Povo na primeira sessão da 14ª Assembleia Popular Nacional, disse na segunda-feira que a China segue firmemente um caminho de desenvolvimento pacífico e que suas políticas militares são defensivas por natureza.
O país é um participante ativo no mecanismo das Nações Unidas para a transparência sobre gastos militares e forneceu voluntariamente dados sobre seus gastos anuais com defesa desde 2008, disse Tan.
"Em comparação com potências militares como os Estados Unidos, nossos gastos com defesa são muito menores em todos os critérios, desde sua porcentagem do PIB e gastos gerais do governo até ao custo per capita e por membro do serviço. O investimento limitado desta nação nas forças armadas é exclusivamente destinado a proteger sua soberania, segurança e interesses nacionais", disse.
O governo chinês propôs um orçamento de defesa de 1,55 trilhão de yuans (US$ 223,5 bilhões) para o ano fiscal de 2023, um aumento de 7,2% em relação ao ano anterior, de acordo com o projeto do relatório do orçamento apresentado ao legislativo nacional no domingo.
Se aprovado pelos legisladores, o orçamento de defesa manterá um crescimento de um dígito pelo oitavo ano consecutivo. Na sessão da APN do ano passado, foi proposto um orçamento de defesa de 1,45 trilhão de yuans, correspondente a um aumento de 7,1% face ao ano anterior.
A China precisa aumentar ligeiramente seus gastos com defesa, disse Tan, apontando que os fundos adicionais podem ser gastos no fortalecimento do treinamento de combate das forças armadas para melhorar o sistema e as capacidades estratégicas nacionais integradas.
Os fundos podem ser usados para acelerar o estabelecimento de um sistema logístico moderno e realizar P&D nas principais tecnologias de defesa e sistemas de armas, disse. Pode também ajudar a aprofundar e reforçar os resultados das reformas militares, ao mesmo tempo em que melhora as condições de trabalho e de vida dos soldados, acrescentou.
"O governo chinês adere ao desenvolvimento coordenado de suas capacidades de defesa e da economia e determina a escala de seus gastos com a defesa nacional, com base tanto nas suas necessidades de defesa quanto no nível de desenvolvimento econômico nacional", disse Tan.
Wu Peixin, observador de assuntos militares em Beijing, disse que, graças à atenção e aos investimentos do governo central, o ELP alcançou grandes avanços em seus esforços de modernização, mas que, apesar de tudo, as forças armadas do país têm ainda um longo caminho até poderem se equiparar a outros países.
“Por exemplo, nossos porta-aviões e caças avançados estão longe de serem adequados se forem necessários para fazer frente a ameaças ou desafios”, disse ele, pedindo investimento contínuo em hardware e treinamento.