A diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, fala na 12ª Conferência Ministerial da OMC (MC12) em Genebra, na Suíça, em 15 de junho de 2022. (Foto: Divulgação OMC)
A diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, pediu aos membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) que fortaleçam o sistema multilateral de comércio. "Não é hora de dissociar em diferentes blocos comerciais e devemos evitar medidas protecionistas", disse ela.
A China tem apoiado fortemente o sistema de comércio multilateral e, como economia crítica para o mundo, o papel da China no sistema de comércio livre e aberto é muito importante, observou a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, em recente entrevista à Xinhua.
Okonjo-Iweala afirmou que a 12ª Conferência Ministerial da OMC (MC12), realizada em junho de 2022, foi bem-sucedida e "a China desempenhou um papel muito importante nisso".
A 13ª Conferência Ministerial (MC13) será realizada em fevereiro de 2024 e "esperamos que seja igualmente bem-sucedida, mas será necessário que todos os membros da OMC, incluindo a China, trabalhem juntos", acrescentou.
Sustentado pelas regras da OMC, o sistema multilateral de comércio tem sido bem sucedido para o mundo, segundo a diretora-geral.
A diretora-geral pediu aos membros da OMC que fortaleçam o sistema multilateral de comércio. "Não é o momento de dissociar em diferentes blocos comerciais e devemos evitar medidas protecionistas", alertou ela.
De acordo com as estatísticas anuais de comércio e o relatório de perspectivas da OMC divulgados na semana passada, o comércio global crescerá 1,7% em 2023, acima da estimativa de 1,0% de outubro passado. Como um "fator-chave" nesse aumento, a espectativa é de que o ajuste da China em suas medidas contra a Covid-19 impulsione o comércio internacional, disse o relatório.
A diretora-geral destacou que o ajuste da China às medidas de prevenção à Covid-19 tem sido útil para o crescimento do comércio global. A China é uma das maiores fontes de comércio de serviços do mundo, e a recuperação do turismo externo chinês impulsionará a indústria global do turismo, acrescentou ela.
Como a segunda maior economia, a China está contribuindo para o desempenho do comércio global. A China "carrega um peso muito grande" porque muito do seu comércio não é apenas com países desenvolvidos como os Estados Unidos e países europeus, mas também com outros países em desenvolvimento, disse Okonjo-Iweala.
"Queremos que a China tenha um bom desempenho (no comércio), para que outros países em desenvolvimento...países da África, por exemplo, também se saiam bem", disse ela.
O comércio global em 2023 enfrenta múltiplas crises, incluindo os conflitos militares em curso na Ucrânia, os altos preços dos alimentos, o aperto da política monetária, a recente crise bancária e a crise climática, alertou ela.
A diretora-geral pediu aos membros da OMC que mantenham o comércio livre e aberto para evitar restrições à exportação ou medidas protecionistas, para que “o livre fluxo de comércio possa ajudar o mundo a se recuperar dessas múltiplas crises que enfrenta”.
"Os membros da OMC precisam lembrar que o comércio é uma fonte de resiliência", disse ela.