Presidente do Brasil abre primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social

Fonte: Xinhua    05.05.2023 13h23
Presidente do Brasil abre primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, participou na quinta-feira da primeira reunião plenária do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, órgão integrado por representantes da sociedade civil do empresariado, sindicatos, organizações sociais e acadêmicas.

A reunião, realizada no Palácio Itamaraty, sede da chancelaria em Brasília, marcou a tomada de posse dos 246 novos membros do chamado "Conselhão".

Criado por Lula em seu primeiro mandato (2003-2007), o grupo tinha sido extinto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022) e foi restabelecido agora.

O colegiado é composto pelo presidente, que comanda o órgão, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, pelo ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e por cidadãos brasileiros "de ilibada conduta e reconhecida liderança e representatividade".

O "Conselhão" tem a missão de auxiliar o presidente na formulação de políticas públicas para o desenvolvimento econômico e social sustentável, além de analisar e articular propostas com setores da sociedade.

Segundo o governo, integrantes de movimentos sociais, setor financeiro, agronegócio e fintechs estão entre os representantes do grupo. Os membros do Conselho não são remunerados e participam voluntariamente das discussões

Ao abrir o encontro, Lula afirmou que o grupo representa "a cara da sociedade brasileira" e destacou que uma virtude do Conselhão é reunir pessoas com pensamentos diferentes e que, deste diálogo, surgirão novas ideias para o país.

"O Brasil não mais será país do monólogo, autoritarismo, pensamento imposto à força", enfatizou.

"Aqui não é um espaço para que se fale bem do governo, nem espaço para que as pessoas só façam diagnósticos. É um espaço para que vocês ajudem a governar este país, que vocês digam como se devem fazer as coisas", acrescentou.

Os membros do Conselho que discursaram concentraram suas críticas na elevada taxa básica de juros Selic determinada pelo Banco Central, na desigualdade social e no crescimento da pobreza no país.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade, defendeu a aprovação de uma reforma tributária e criticou o patamar da taxa de juros. "Com a taxa de juros que temos no Brasil, é impossível investir, trabalhar, produzir e ter bens disponíveis a custo adequado para a população brasileira."

Esta semana, o Conselho de Política Monetária do Banco Central manteve a Selic em 13,75% ao ano. Lula, que tem feito reiteradas críticas ao índice e ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que "os mais pobres sofrem as consequências das taxas de juros" e foi aplaudido pelos presentes.

(Web editor: Filomena Wang, Renato Lu)

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