Maior zona úmida urbana do mundo se torna modelo global

Fonte: Diário do Povo Online    22.12.2025 15h38

Aves migratórias se reúnem na Reserva Natural Nacional da Zona Úmida de Lhalu, em Lhasa, capital da Região Autônoma de Xizang, no sudoeste da China, em 9 de dezembro, com o Palácio de Potala imponente ao fundo. (Foto: Kunga Lesang/China News Service)

Enquanto o sol banhava o Palácio de Potala com uma luz dourada na manhã de sábado (20) em Lhasa, capital da Região Autônoma de Xizang, no sudoeste da China, a zona úmida de Lhalu, nas proximidades, também brilhava, com o ar frio dando lugar ao calor de um novo dia.

Neste ambiente tipicamente tranquilo, a vida selvagem se move em harmonia com a natureza. Em um terreno aberto perto de um portão, gansos-de-cabeça-listrada se reuniam com dezenas de outras aves para seu ritual matinal habitual: alimentar-se da cevada das terras altas espalhada por conservacionistas da vida selvagem.

No entanto, neste dia em particular, a cena era diferente: o local estava repleto de atividade, com multidões reunidas — não para a cevada, mas para celebrar o fato de que a Reserva Natural Nacional da Zona Úmida de Lhalu havia sido oficialmente confirmada no sábado como a "maior zona úmida natural urbana" pela Agência de Certificação de Recordes Mundiais.

O clima festivo, com música e uma apresentação de Ópera Tibetana como destaque, reuniu uma multidão diversificada. Representantes de departamentos governamentais de ecologia, guardiões da zona úmida, estudantes e autoridades de certificação participaram da celebração.

Sob a proteção do Palácio de Potala e claramente visível do outro lado da água, a zona úmida de Lhalu está situada no coração de Lhasa. Frequentemente chamada de "Pulmões de Lhasa", a zona úmida destaca as conquistas da China na proteção ambiental em grandes altitudes e serve como um modelo global de conservação sustentável.

Abrangendo 12,2 quilômetros quadrados a uma altitude média de 3.649 metros acima do nível do mar, a zona úmida é uma joia ecológica rara no coração da área urbana de Lhasa e um habitat vital para uma diversidade de vida selvagem. A nova certificação internacional destaca as conquistas de Xizang e fornece uma referência crucial para a comunidade global na preservação de zonas úmidas em grandes altitudes.

Lhasa foi reconhecida em julho como uma Cidade Internacional de Zonas Úmidas, um título concedido pela Convenção de Ramsar sobre Zonas Úmidas — um tratado intergovernamental adotado em Ramsar, Irã, em 1971. O anúncio foi feito durante a 15ª Reunião da Conferência das Partes Contratantes em Cataratas de Vitória, Zimbábue. Lhasa está entre os nove novos locais chineses credenciados, elevando o total do país para 22, mais do que qualquer outro país.

Nos últimos anos, os rigorosos esforços de proteção ecológica — incluindo planejamento científico, gestão meticulosa e supervisão rigorosa — aprimoraram significativamente as funções ecológicas e a biodiversidade da zona úmida, de acordo com o departamento florestal e de pastagens de Lhasa. A cobertura vegetal atingiu mais de 95%, tornando-a um paraíso biológico que abriga 435 espécies de plantas, 167 espécies de aves e 80 espécies de insetos.

Kelsang Norbu, chefe do departamento, afirmou que, graças ao investimento do governo de mais de 900 milhões de yuans (US$ 127,8 milhões) em restauração e gestão, a zona úmida de Lhalu "se tornou um refúgio seguro onde muitas aves migratórias, como o grou-de-pescoço-preto, podem passar o inverno em segurança".

Phurdron, moradora de Lhasa que disse correr na zona úmida quase todos os dias, ficou satisfeita ao saber do reconhecimento.

"A mudança mais significativa que notei é que as zonas úmidas se tornaram cada vez mais vibrantes e cheias de vida", afirmou ela. "Há menos lixo, as plantas aquáticas estão mais exuberantes e há mais pássaros."

(Web editor: Fátima Fu, Renato Lu)
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