A Eve Air Mobility (Eve), subsidiária da fabricante brasileira de aeronaves Embraer, concluiu com sucesso o primeiro voo de seus "carros voadores" elétricos, utilizando um protótipo não tripulado em escala real. Este marco representa o início da fase de testes de seu programa de mobilidade aérea urbana, anunciou a empresa na última sexta-feira.

O voo do veículo elétrico de decolagem e pouso vertical (eVTOL) ocorreu nas instalações de teste da Embraer na cidade de Gavião Peixoto, no interior do estado de São Paulo, no sudeste do Brasil.

A Embraer explicou em comunicado que o teste realizado pela Eve, empresa financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), validou a engenharia, os sistemas de controle e a propulsão integrada da aeronave.

O voo inaugural confirmou a integração de sistemas essenciais, incluindo controles de quinta geração e rotores de sustentação de passo fixo. Após o teste de voo estacionário, a empresa planeja expandir suas operações em 2026, realizando centenas de voos focados na coleta de dados para certificação.

"Este é um marco histórico para nossos funcionários, clientes, investidores e todo o ecossistema", afirmou o CEO da Eve, Johann Bordais, acrescentando que os dados obtidos permitirão que a empresa avance com "segurança e confiança" rumo ao processo de certificação.

Segundo a empresa, serão fabricados seis protótipos em conformidade com as normas regulamentares para a campanha de testes de voo.

A Eve mantém diálogo constante com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), principal órgão certificador do projeto, com o objetivo de obter a certificação de tipo, realizar as primeiras entregas e iniciar a operação comercial em 2027.

O diretor de tecnologia da Eve, Luiz Valentini, indicou que o voo verificou a integração das oito hélices e avaliou aspectos como gerenciamento de energia, resposta dinâmica da aeronave e níveis de ruído, com resultados alinhados aos modelos projetados. A Embraer é líder mundial em aviação executiva e a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, atrás da americana Boeing e da europeia Airbus.