Outro dos aspetos que não pode deixar de ser referido é a disciplina férrea dos alunos, muito de encontro à competitividade do sistema de ensino e às expetativas sociais, anteriormente referidas, exercidas sobre eles. “Os alunos chineses são quase como que «alunos de sonho» para um professor português. É muito, muito fácil trabalhar com eles… Os trabalhos de casa, por ex, enquanto que em Portugal há quase sempre a inevitável pergunta: «É para entregar?», ou «Esta matéria sai para o teste?»… O aluno chinês, de modo geral, aponta o trabalho de casa e entrega-o o mais rápido possível.”
No caminhar para o final desta parte da entrevista, o Sérgio deu-nos uma luz de uma referência incontornável da cultura portuguesa no gigante asiático – “Numa palestra cultural que dei ao público geral na China perguntei o que conheciam do nosso país. A resposta foi quase unânime: «Cristiano Ronaldo»”.
Cristiano Ronaldo protagoniza campanha de promoção do turismo de Portugal na China. Foto: Macauhub
Quanto às expetativas dos alunos chineses para o futuro, o professor refere que a finalidade de aprenderem a língua (o português é uma disciplina opcional na universidade onde lecionou) está essencialmente focada “no mercado de trabalho, especialmente em Angola e no Brasil. Em Portugal sabem que não é fácil. O mercado angolano tem neste momento uma taxa de absorção muito alta de mão-de-obra chinesa capaz de falar português.”