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O Explorador de Partículas de Matéria Escura da China (DAMPE, na sigla inglesa) detectou recentemente sinais inesperados na sua medição de raios cósmicos de alta energia, o que poderá levar os cientistas a dar um passo mais próximo de encontrar matéria escura invisível.
O satélite, conhecido como Wukong, mediu mais de 3,5 bilhões de partículas de raios cósmicos de alta energia, até 100 tera-elétron-volts (TeV para curto, correspondente a 1 trilhão de vezes da energia da luz visível), incluindo 20 milhões de eletrões e positrões, com alta resolução de energia sem precedentes.
“O DAMPE abriu uma nova janela para observar o universo da alta energia, desvendando novos fenômenos físicos além para lá do entendimento atual”, disse Chang Jin, cientista chefe do DAMPE e vice-diretor do Observatório da Montanha Púrpura da Academia Chinesa de Ciências, em Nanjing.
O resultado da detecção inicial foi publicado na última edição da revista acadêmica Nature.
“Foi a primeira vez que um experimento espacial relatou de forma detalhada e precisa o espectro de elétrões e positrões até 5 TeV. Nesta faixa de energia, encontramos algumas características inesperadas e interessantes. Detectamos uma ruptura espectral a 0,9 TeV e um possível um pico a 1,4 TeV”, disse Chang.
A matéria escura, que não pode ser vista ou tocada, é um dos maiores mistérios da ciência. Os cientistas calculam que a matéria normal, como a galáxia, estrelas, árvores, rochas e átomos, representa apenas 5 por cento do universo, enquanto 26,8 por cento do universo é matéria escura e 68,3 por cento energia escura.
A China enviou o DAMPE para a órbita terrestre, a de cerca de 500 quilômetros de altura, em 17 de dezembro de 2015, com vista a procurar evidências da aniquilação e decadência de partículas de matéria escura.
Atualmente, o DAMPE é a sonda de matéria escura com a maior faixa de energia e a mais alta resolução no espaço.
Com base nos dados do satélite, os cientistas desenharam o espectro de eletrões e positrões dos raios cósmicos.
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