Lanzhou, 13 nov (Xinhua) -- A medicina tradicional chinesa tem se tornado cada vez mais conhecida no Brasil à medida que a cooperação e os intercâmbios China-Brasil têm se ampliado nos últimos anos.
A Base de Cooperação Internacional China-Brasil de Produtos da Medicina Chinesa, estabelecida pelo Hospital Afiliado da Universidade de Medicina Tradicional Chinesa (MTC) de Gansu (noroeste da China), entrou oficialmente em operação em São Paulo.
A base, segundo Pang Yan, diretora do departamento para comunicação internacional do hospital, não só fornece, para o povo brasileiro, os tratamentos específicos da medicina chinesa, mas também algumas terapias específicas, como acupuntura e ventosaterapia.
"Essa teoria sistemática que visa um modo saudável de viver e prevenção de doenças tem atraído mais entusiastas brasileiros, por influência dos residentes japoneses e chineses no local", apontou Pang.
Sendo lar de abundantes matérias-primas da medicina herbária chinesa, Gansu, é uma das maiores bases de produção de medicinas chinesas. Desde o lançamento da Iniciativa do Cinturão e Rota, a província estabeleceu oito faculdades e seis centros de MTC na Ucrânia, Quirguistão, França, Hungria, Nova Zelândia e outros países, com foco no treinamento de médicos estrangeiros de MTC para promovê-la em países e regiões ao longo do Cinturão e Rota.
Paulo Cesar Varanda, especialista brasileiro em acupuntura e medicina chinesa, testemunhou a cooperação China-Brasil mais profunda nessa área. Ele já visitou a China 19 vezes. No ano passado, ele, com outros 19 médicos brasileiros, participou de um curso de MTC de três semanas, organizado pelo hospital. através dessa atividade, ele teve uma compreensão mais científica e profunda dessa cultura.
No entender de Pang, os médicos brasileiros vieram de longe para aprender a MTC, o que mostra o grande potencial da teoria no Brasil e oferece uma nova oportunidade para a medicina chinesa entrar na América do Sul.
No entanto, a promoção da medicina chinesa no Brasil e outros países do Cinturão e Rota ainda enfrenta muitas dificuldades. O diretor da base, Zhou Qiang, ressaltou que o Brasil possui regulamentações rígidas sobre medicamentos. "Atualmente, a medicina chinesa não é usada como um medicamento no Brasil, mas um suplemento dietético, o que não é propício para a sua promoção", disse ele.
Nos últimos anos, como exportadora representativa de medicamentos chineses na China, a Lanzhou Foci Pharmaceutical Co., Ltd. (Gansu), estabeleceu cooperação ativa com os departamentos de saúde e autoridades reguladoras de medicamentos locais e promoveu a legislação e padronização em medicina chinesa no Brasil e nos países do Cinturão e Rota, na esperança de incorporar a medicina chinesa ao sistema de seguro médico do governo local.
Pang concluiu: "Esperamos que, através de treinamentos regulares e tratamentos médicos padronizados, os brasileiros tenham um entendimento claro da cultura da medicina chinesa. Com mais esforços, este trabalho fará progressos substanciais e beneficiará mais pessoas."