Rio de Janeiro, 20 nov (Xinhua) -- O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, oficializou na terça-feira sua saída do Partido Social Liberal (PSL), sigla com a qual ganhou as eleições presidenciais do ano passado e que se converteu na segunda força política do país.
Segundo o advogado de Bolsonaro, Admar Gonzaga, o presidente assinou na terça-feira sua desvinculação e lançará brevemente um novo partido, o Aliança pelo Brasil.
"O assunto está decidido, não haverá volta atrás. O presidente está se desfiliando hoje do PSL. Faremos uma convenção na quinta-feira para avançar na criação de um novo partido. A desfiliação será pelas vias formais da Justiça Eleitoral", afirmou Gonzaga à imprensa.
Um dos três filhos políticos de Bolsonaro, o senador Flavio Bolsonaro, também apresentou no mesmo dia seu pedido para desfiliar-se do PSL, do qual era presidente regional no Rio de Janeiro.
Já seu irmão, Eduardo Bolsonaro, deputado mais votado na história do Brasil, declarou que só oficializará sua saída quando o novo partido Aliança pelo Brasil estiver registrado formalmente.
A oficialização da saída de Bolsonaro do PSL ocorreu no mesmo dia em que a convenção nacional do partido reconduziu o deputado federal Luciano Bivar à presidência da sigla. Bivar e Bolsonaro mantem abertamente uma disputa há meses pelo controle do partido.
Bolsonaro se filiou ao PSL em março de 2018, visando as eleições presidenciais de outubro passado, mas nos últimos meses a disputa pelo controle do partido com Bivar aumentaram os rumores de que o presidente deixaria o partido.
Com Bolsonaro, o PSL passou de um deputado federal eleito em 2014 para 53 em 2018, formando a segunda maior bancada da Câmara, atrás apenas do Partido dos Trabalhadores (PT), embora no Senado, tenha apenas três cadeiras.
A Aliança pelo Brasil será o nono partido de Bolsonaro em suas três décadas de carreira política.
Espera-se que cerca de 30 deputados do PSL mudem de sigla e se filiem ao novo partido que, para ser oficializado, necessita colher 500 mil assinaturas.