A China apoia as sanções contra membros de gangues haitianas e seus apoiadores, mas está cautelosa com o destacamento de uma força armada internacional ao país, disse um enviado chinês na segunda-feira.
"Eliminar o flagelo da violência de gangues é tanto um ponto de entrada para qualquer melhoria na situação atual quanto um pré-requisito para uma solução no país", disse Geng Shuang, vice-representante permanente da China nas Nações Unidas, observando que a China apoiará sanções direcionadas, incluindo uma proibição de viagens, congelamento de ativos e embargo de armas contra membros de gangues e seus apoiadores.
"Esperamos que essas medidas sejam robustas e eficazes e que façam uma verdadeira diferença para dissuadir a violência das gangues, reprimir crimes violentos e cortar o fornecimento de fundos e armas para gangues criminosas", disse ele ao Conselho de Segurança.
A recente proposta do secretário-geral da ONU, António Guterres, de apoiar a melhoria da situação de segurança do Haiti deve ser estudada cuidadosamente. A China terá uma profunda troca de opiniões com outros, disse Geng.
"Em um momento em que o governo haitiano não tem legitimidade e é incapaz de governar, o envio de uma tal força de ação rápida para o Haiti receberá o entendimento, o apoio e a cooperação das partes no Haiti ou enfrentará resistência ou mesmo desencadeará uma confrontação violenta da população? Essas são as coisas que precisamos considerar de forma integrada e tratar com cautela", observou Geng.
A prática das Nações Unidas no Haiti nos últimos 30 anos provou que soluções rápidas inseridas de fora só produzem resultados temporários sem efeito duradouro. A chave para resolver a questão haitiana está nas mãos do próprio povo haitiano. A comunidade internacional deve agir a partir de uma visão de longo prazo, apoiando os haitianos na busca de uma solução abrangente e própria com base em sua situação única, disse Geng.