O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na quarta-feira ante centenas de investidores internacionais que o país desfruta da confiança global para receber investimentos e reiterou seu compromisso em uma indústria baseada na energia limpa e na inovação tecnológica.
Lula fez a declaração na abertura do Fórum de Investimentos Prioridade 2024, organizado pelo Instituto Iniciativa de Investimento Futuro (Instituto FII) no Rio de Janeiro.
Sob o lema "Investir em Dignidade", o evento promove discussões sobre alternativas de investimento em áreas como transição energética sustentável, avanço em tecnologia e inovação, e inclusão social, temas importantes para a construção de uma nova ordem global que priorize a dignidade para todos.
"É a primeira vez que o Brasil sedia uma edição da Iniciativa de Investimento Futuro. Este espaço confirma a consolidação de atores emergentes no debate econômico mundial, para além dos centros tradicionais. Já é passada a hora de reconhecer o crescente peso de países como a Arábia Saudita e o Brasil, sócios cada vez mais próximos e parceiros nos BRICS", ressaltou o presidente brasileiro em seu discurso.
Segundo Lula, a escolha do Rio de Janeiro como sede do evento é um sinal da confiança que os mais de 1.000 participantes têm no país. "Estou aqui hoje para demonstrar que o Brasil é digno dessa confiança. Sempre digo que o mais importante para um investidor é a estabilidade. E o Brasil tem muita", destacou Lula.
Para demonstrar que o Brasil é um país seguro e atrativo para os investidores estrangeiros, o presidente citou resultados econômicos obtidos entre este e o ano passado.
"Contrariando as expectativas pessimistas, nosso PIB cresceu 2,5% nos últimos 12 meses. Caminhamos para ser a oitava maior economia do mundo neste ano. Até o final do mandato, podemos voltar a ser a sexta economia mundial, como fomos em 2011", afirmou.
"Nossa balança comercial bateu recorde em 2023, com o maior saldo da história. As exportações entre janeiro e abril deste ano alcançaram a marca recorde de 108 bilhões de dólares, com aumento da participação de produtos da indústria de transformação", disse.
No campo social, Lula citou avanços como o restabelecimento da política de valorização do salário-mínimo e a reestruturação de programas sociais, além do fato de o desemprego no trimestre de fevereiro a abril ter sido o menor do país desde 2014.
"O tema deste Fórum é 'Investir na Dignidade'. Essa é nossa prioridade. Muito dinheiro na mão de poucos significa fome, doença, analfabetismo e criminalidade. Mas se muitos têm pelo menos um pouco, a sociedade muda para melhor", defendeu.
Sobre a posição do Brasil no cenário internacional, o presidente reforçou que o país é comprometido com a paz e com o desenvolvimento sustentável.
"Somos um país amante da paz e avesso a rivalidades geopolíticas. Dialogamos e negociamos com todos os que possam e queiram contribuir para o progresso do país e do mundo. É esse o espírito das nossas presidências do G20 e dos BRICS e da COP do Clima em Belém".
"O Brasil que vislumbramos é um gigante da sustentabilidade e um peso pesado da segurança alimentar. É um país capaz de ampliar sua produtividade agrícola com respeito ao meio ambiente e de renovar sua vocação industrial a partir da energia limpa e da inovação tecnológica", declarou.
Lula disse ainda que o Brasil construirá esse futuro com base no Novo Programa de Aceleração do Crescimento e da Nova Indústria Brasileira.
O primeiro tem como objetivo criar as condições necessárias para aumentar a competitividade da economia brasileira, com previsão de investimentos de fontes públicas e privadas da ordem de US$ 320 bilhões (75% dos quais até 2026) para modernização da infraestrutura logística.
Com relação à Nova Indústria, o Brasil vai mobilizar linhas de financiamento, compras governamentais e melhorias regulatórias para fomentar setores estratégicos para o desenvolvimento sustentável.
O Governo Federal já aprovou US$ 15 bilhões para projetos voltados à inovação, sustentabilidade e ampliação da produtividade e da capacidade exportadora brasileira. "Em um mundo cujas bases econômicas serão revolucionadas pelas transições energética e digital, o Brasil desponta como celeiro de oportunidades", ressaltou Lula.