A nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defendeu nesta quarta-feira a abertura de novas fronteiras de exploração do petróleo no país, apesar dos apelos internacionais em favor de uma transição energética.
"Alguém tem que financiar esta transição energética", disse Chambriard após mencionar os projetos de investimento da empresa em energias renováveis e redução de emissões.
"E para financiar essa transição são fundamentais investimentos em exploração e produção de petróleo", afirmou em discurso na cerimônia oficial de sua posse, no Rio de Janeiro, presenciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sete ministros.
"Não se pode falar de transição energética sem mencionar quem vai pagar essa conta. E é o petróleo que vai pagar essa conta", prosseguiu ela, para destacar em seguida que as reservas desta matéria-prima são finitas e devem ser repostas.
"Nesse sentido, é essencial desenvolver as reservas da margem equatorial. Mas vamos desenvolver com rigorosos padrões de segurança e com processos de licenciamento", concluiu. O principal foco da empresa é o chamado bloco 59 da bacia da Foz do Amazonas, que já teve a licença negada pelo Ibama (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis).
A exploração de petróleo na margem equatorial brasileira, conjunto de bacias petrolíferas que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá, é atualmente o centro de embates entre as áreas ambiental e energética do governo.
Além de destravar a exploração de petróleo na margem equatorial, Chambriard, que assumiu o cargo de fato no dia 24 de maio, em substituição a Jean Paul Prates, citou outras prioridades de sua gestão, como encomendas na indústria naval brasileira, investimentos em fertilizantes e a viabilização de um polo gás-químico em Uberaba (estado de Minas Gerais, sudeste do país).