
Segunda Linha de Montagem Final (FAL) da Airbus para aeronaves da família A320, em Tianjin, norte da China, em 22 de outubro de 2025. (Sun Fanyue/Xinhua)
A Airbus inaugurou sua mais recente Linha de Montagem Final para aeronaves da família A320 na cidade portuária de Tianjin, no norte da China, no início desta semana, marcando um marco na trajetória de 40 anos da gigante aeroespacial europeia na China e sinalizando uma tendência mais ampla de empresas estrangeiras reforçando seus compromissos com a segunda maior economia do mundo.
A nova instalação reforça a forte confiança da empresa no mercado de aviação chinês, sua cadeia de suprimentos resiliente e seu ambiente favorável aos negócios.
O crescimento da Airbus na China reflete sua crescente participação de mercado — de cerca de 20% em 2008 para mais de 50% atualmente, sendo a China agora seu maior mercado individual para aeronaves comerciais.
"Acolhemos com satisfação a adição da segunda linha de Tianjin ao nosso sistema de produção global, pois nos proporciona a flexibilidade e a capacidade necessárias para cumprir nosso plano de montar 75 aeronaves da família A320 por mês até 2027", disse o CEO da Airbus, Guillaume Faury, na cerimônia de lançamento.
Ele enfatizou que essa expansão reflete o otimismo da Airbus em relação ao próspero setor de aviação da China, à forte base industrial e ao clima favorável ao investimento.
O projeto, iniciado sob um acordo-quadro assinado em abril de 2023, na presença de líderes chineses e franceses, e que teve início em setembro de 2023, foi concluído com notável rapidez, uma prova do que Faury chamou de "velocidade chinesa".
O rápido progresso do projeto de Tianjin impressionou o Embaixador da UE na China, Jorge Toledo Albinana, que havia participado da cerimônia de lançamento da pedra fundamental dois anos antes. Ele descreveu o projeto como um excelente exemplo de cooperação China-UE, combinando pontos fortes em design e inovação.
Além do setor aeroespacial, outras multinacionais também estão reforçando sua presença na China. O CEO da Apple, Tim Cook, anunciou um aumento no investimento na China em 15 de outubro, enquanto o CEO da Pfizer, Albert Bourla, destacou em 14 de outubro que 30% da P&D global de medicamentos ocorreu na China na última década.
John Waldron, presidente e diretor de operações do Goldman Sachs Group, observou em 15 de outubro que a empresa concluiu transações importantes no mercado de capitais para empresas chinesas neste ano.
Dados oficiais do Ministério do Comércio da China revelam que a utilização real de investimento estrangeiro direto nos últimos cinco anos atingiu 708,73 bilhões de dólares americanos até junho de 2025.
Um relatório da Câmara de Comércio Americana de Shanghai, por sua vez, afirmou que 71% das empresas americanas na China foram lucrativas em 2024 — um aumento de 5 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Nos últimos cinco anos, em meio à persistente turbulência no cenário global, a uma tendência assustadora de desglobalização e a múltiplos choques nas cadeias industriais e de suprimentos, a economia chinesa ultrapassou sucessivamente os patamares de 110 trilhões (aproximadamente 15,5 trilhões de dólares americanos), 120 trilhões e 130 trilhões de yuans, respectivamente, em termos de produção econômica total. A projeção é de que atinja cerca de 140 trilhões de yuans em 2025 — com a contribuição média anual da China para o crescimento econômico global permanecendo em aproximadamente 30%.
Dan Watkins, CEO da J.P. Morgan Asset Management Ásia-Pacífico, descreveu a China como um "supercontribuinte" para a estratégia de crescimento regional da empresa e revelou que esta pretende dobrar seus ativos sob gestão na região para 600 bilhões de dólares americanos nos próximos cinco anos.
Em reunião com o CEO da Airbus, Faury, em Beijing, em 21 de outubro, o Ministro do Comércio da China, Wang Wentao, afirmou que o mercado do país tem se expandido de forma constante nos últimos anos, tornando-se o segundo maior mercado de consumo e o segundo maior mercado de importação do mundo.
A China promoverá ainda mais a modernização chinesa e fomentará novas forças produtivas de qualidade, afirmou o ministro, acrescentando que isso criará vastas oportunidades para empresas estrangeiras, incluindo a Airbus.