
Na segunda-feira(10), o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao local da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, a bordo de um SUV preto fabricado pela montadora chinesa BYD.
A COP30 começou na segunda-feira em Belém, Brasil.
O veículo da BYD, projetado especificamente para a conferência, destaca o papel crescente dos veículos elétricos (VEs) como uma força fundamental na luta contra as mudanças climáticas.
A COP30 deste ano selecionou VEs das marcas chinesas BYD e Great Wall Motor como veículos oficiais do evento. Eles estão sendo usados para transportar chefes de Estado e delegados, bem como para levar moradores e visitantes pelas ruas de Belém.
A presença da China no mercado de veículos elétricos da América Latina, no entanto, é anterior à COP30 em anos. Em outubro de 2025, a BYD produziu seu 14º milhão de veículos de nova energia em sua fábrica de Camacari, na Bahia, Brasil, a maior unidade fabril da empresa fora da Ásia. O presidente Lula participou da cerimônia.
Da mesma forma, a Great Wall Motor instalou operações no terreno de uma antiga fábrica da Mercedes-Benz, sinalizando uma mudança industrial mais ampla em direção à mobilidade sustentável.
O The New York Times observou que a parceria do Brasil com montadoras chinesas envia um sinal claro de que o país considera a China uma parceira em sua busca por transporte mais limpo e transformação econômica.
Curiosamente, pela primeira vez em três décadas, os Estados Unidos não enviaram um representante de alto nível à COP30. No entanto, Scott Kennedy, consultor sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), uma organização de pesquisa de Washington, comentou que "O mundo está avançando, mesmo sem a liderança política e tecnológica dos EUA".
De fato, não existe um único caminho para o desenvolvimento verde. Com o avanço da tecnologia e a contínua queda dos custos, mais nações agora têm opções viáveis para um futuro sustentável. Neste momento crucial da resposta global aos desafios climáticos, a COP30 reforça, mais uma vez, o apelo à cooperação e à inovação.
Antes da conferência, a China divulgou um relatório intitulado "Pico de Carbono e Neutralidade de Carbono: Planos e Soluções da China", enfatizando que a mudança climática é um desafio compartilhado que exige ampla participação global e ação conjunta, reafirmando o compromisso da China com o multilateralismo e a cooperação internacional — promovendo a governança climática global por meio de ideias e ações práticas chinesas.
Como afirmou o presidente Lula, o mundo precisa adotar um novo modelo de desenvolvimento — um modelo mais justo, mais resiliente e de baixo carbono.
E enquanto os veículos elétricos chineses percorrem silenciosamente as ruas de Belém, eles refletem não apenas o ritmo de um mundo em transformação, mas também o crescente potencial para um futuro compartilhado de baixo carbono.