
O novo plano orçamentário de defesa do Japão revela mais uma vez as intenções das forças de direita japonesas de promover a remilitarização do país e ressuscitar o militarismo, disse na última sexta-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian.
Lin fez essas declarações em uma coletiva de imprensa regular quando foi questionado sobre a aprovação do Japão de seu plano orçamentário de defesa recorde, que ultrapassa 9 trilhões de ienes (US$ 58 bilhões) para o ano fiscal de 2026.
"Apesar das críticas contínuas da comunidade internacional sobre os últimos avanços militares e de segurança do Japão, o lado japonês não demonstrou nenhuma intenção de corrigir sua conduta e, em vez disso, planeja aumentar novamente o orçamento de defesa", afirmou Lin.
Dados os inúmeros crimes de guerra cometidos pelos militaristas japoneses, as ações militares e de segurança do Japão sempre foram acompanhadas de perto pelos seus vizinhos asiáticos e pela comunidade internacional. No entanto, desde que o novo governo japonês assumiu o poder, tem acelerado notavelmente o reforço militar, afirmou Lin.
O Japão está se desviando cada vez mais do caminho do desenvolvimento pacífico e caminhando em uma direção perigosa, como evidenciado pelas declarações errôneas da primeira-ministra Sanae Takaichi sobre a região de Taiwan, da China, que ameaçam o uso da força contra a China, pelas declarações de um alto funcionário do gabinete de Takaichi pedindo que o Japão possua armas nucleares, pela proposta de revisão dos três documentos de segurança nacional e pela ideia de alterar os três princípios antinucleares, apontou Lin.
Nos últimos anos, o Japão removeu a proibição do exercício do direito à autodefesa coletiva, desenvolveu a chamada "capacidade de atacar bases inimigas", fortaleceu a cooperação em dissuasão ampliada e transformou suas ilhas fronteiriças em linhas de frente, o que claramente vai além da política "exclusivamente orientada para a defesa" do Japão, indicou ele.
Termos como "autodefesa" e "contra-ataque" são usados pelas forças de direita japonesas para encobrir sua tentativa de violar a ordem internacional pós-Segunda Guerra Mundial e as disposições da Constituição do Japão, além de enganar e incitar a opinião pública, observou Lin, acrescentando que essas medidas colocaram a comunidade internacional em alerta máximo.
Observando que o povo japonês também é vítima do militarismo, Lin disse que alguns no Japão apontaram que o aumento dos gastos com defesa não traz paz e estabilidade.
Manifestações foram realizadas em todo o Japão em forte protesto contra a expansão militar do governo japonês, enquanto alguns estudiosos também observam que o aumento do orçamento de defesa pesará fortemente sobre a economia japonesa e acabará por ser suportado pela população comum do Japão, informou ele.
"A China trabalhará com todos os países amantes da paz para repelir qualquer movimento perigoso destinado a ressuscitar o militarismo ou cultivar o neomilitarismo, e defenderá conjuntamente os resultados da vitória da Segunda Guerra Mundial", afirmou o porta-voz.