A liderança de Mário Soares e a China
Portugal tornou-se membro das Comunidades Europeias no dia 1 de Janeiro de 1986 e a consolidação da democracia ficou completa logo a seguir com a eleição de Mário Soares como Presidente da República.
Em Belém, o novo Presidente tinha em cima da mesa as questões de Timor e de Macau.
Com efeito, na sequência da visita do Presidente Ramalho Eanes à China no ano anterior, o início das conversações entre Lisboa e Beijing sobre o futuro de Macau estava marcado para Junho de 1986.
A negociação bilateral concentrava-se em dois problemas principais: o primeiro referia-se à data da transferência de poderes, na qual Beijing queria fazer coincidir a transição em Macau e em Hong Kong; o segundo referia-se ao direito à nacionalidade portuguesa reconhecido a cem mil chineses residentes em Macau, que a China não queria aceitar mas Soares entendia ser um direito intocável.
Em ambos os casos, Portugal ganhou a causa: nos termos da Declaração Conjunta sino-portuguesa, assinada em 1987, a transferência de soberania em Macau faz-se dois anos depois de Hong Kong e todos os chineses de Macau com direito à nacionalidade portuguesa continuam a deter os seus passaportes portugueses.
![]() | ![]() |